domingo, 15 de junho de 2014

99 anos das Filhas de São Paulo


Carta da Superiora Geral Anna Maria Parenzan
 “Amanhã será um dia muito importante: é o quinquagésimo do primeiro encontro entre mim e a Primeira Mestra. Foi um dia de bênçãos”.
Essas palavras foram pronunciadas por Pe. Alberione em junho de 1965, exatamente 50 anos depois do encontro na igreja de São Damião, que mudou a vida de Mestra Tecla e marcou sua vocação. Um encontro que fez soar a hora de Deus e que favoreceu a concretização daquela vocação que tinha muito de novidade (cf. AD 109-110).
O conteúdo do encontro chegou até nós mediante a relação de 1923, através da própria Teresa:
“Quando o Senhor Teólogo, na primeira vez que eu o vi, me falou da nova instituição de filhas que viveriam como irmãs e que por agora começavam a trabalhar em prol dos soldados, fiquei imediatamente entusiasmada”.
O encontro com Mestra Tecla torna mais explícito aquele “passo definitivo” da intuição alberioniana: “almas generosas teriam sentido aquilo que ele sentia”... “escritores, técnicos e propagandistas, mas religiosos e religiosas, [homens e mulheres...] para dar maior unidade, mais continuidade, mais sobrenaturalidade ao apostolado”(cf. AD 17-24).
Uma instituição que se estava desenvolvendo em sintonia com a reflexão sobre as potencialidades da mulher para a evangelização, já expressas pelo próprio Alberione no livro La donna associata allo zelo sacerdotale,um texto que assume um significado quase genético para a fundação feminina. Pe. Alberione dirá, em janeiro de 1938: “Desde 1910... vós, Filhas de São Paulo, fostes pensadas , desejadas, preparadas, nascidas, crescidas, até o dia de hoje”.
Mestra Tecla, verdadeira "mulher associada ao zelo sacerdotal”. Com a vocação de Mestra Tecla, a convicção do jovem Alberione de que a missão sacerdotal é parte da missão feminina, torna-se realidade.
No texto pré-fundacional, "A mulher associada" exaltava assim a presença da mulher ao lado do homem: “Ao lado dos grandes benfeitores da humanidade e dos grandes santos do cristianismo, encontrareis sempre uma doce figura de mulher e de santa, que quase lhes completam a obra. Ao lado de um São Bento, o grande patriarca do monaquismo ocidental, Santa Escolástica; ao lado de São Francisco de Assis... é santa Clara; ao lado dos Padres Dominicanos são as Dominicanas; ao lado de São Francisco de Sales, é Santa Joana Francisca de Chantal...” (DA,p. 67).
Poderíamos prolongar o elenco: ao lado do beato Alberione, Mestra Tecla, Madre Escolástica... Desde o início, Mestra Tecla desenvolveu um papel de mediação da graça carismática, com plena confiança no instrumento escolhido por Deus. Confiava nos primeiros tempos da fundação:
“Tenho muita confiança no Senhor, mas também no senhor Teólogo, porque sei que ele é enviado por Deus, e onde ele passa, também eu posso passar tranquila, sem medo de errar”. E no seu caso, trata-se de acompanhar um desenvolvimento que “parte do zero”.

Com ela, a comunidade cresce; se firma na consciência apostólica; se educa para o relacionamento com o Mestre Divino, se plasma com um estilo próprio, feito de simplicidade, sobrenaturalidade, desenvoltura Ela segue o Fundador, não só no plano executivo, mas com docilidade de coração,sabendo que através dele, Deus lhe indica o caminho.
Assim lhe escreve em 1950: “Tenho plena confiança em suas palavras”. E numa outra carta do mesmo ano: “Seja como o pai que corrige a sua filha. Ele o sabe, estou nas suas mãos. Disponha de mim como um lencinho. Tenho tanto medo de não fazer bem e de levar as Filhas de São Paulo...do lado contrário...”.
Coparticipante e corresponsável do desígnio de Deus Pe. Alberione sente que Mestra Tecla é coparticipante e corresponsável do desígnio de Deus:
ele a informa sobre cada passo; solicita sua presença durante a visita às casas. Pede seu parecer sobre problemas e iniciativass; encarrega-se de indicar nomes para o apostolado, a fim de que irmãs “façam o bem sem prejuízo para o espírito”; possam ter um adequado relacionamento com as outras instituições femininas.
A Primeira Mestra recebe e aplica cada orientação do Fundador com a riqueza do seu dom; ou então, coloca o contributo da sua experiência para um discernimento mais aprofundado, quando a vontade de Deus ainda não está bem evidenciada.
Pe. Alberione, perante as Filhas, coloca em plena luz a mãe em cujas pegadas é preciso caminhar: “A docilidade das Filhas de São Paulo à Primeira Mestra explica o seu rápido desenvolvimento e o sucesso do seu apostolado”.
Ao lado de Pe. Alberione, nas grandes viagens apostólicas, de carro ou de avião, pude ouvir suas confidências, as alegrias e as amarguras. Muitas expressões, escritas ou ditas pessoalmente, demonstram essa comunhão. Escrevia de Roma, a 16 de outubro de 1939, a Mestra Paulina Piveta “Agora já sabes que tive de partir com urgência. Chamaram-me para ver se posso ajudar um pouco o Primeiro Mestre que se encontra em extremíssimas necessidades. Nunca tivemos necessidades materiais tão pesadas como agora... tenho tanta pena de não poder fazer nada para ajudá-lo...”.
A 02 de setembro de 1954, o Fundador solicitava as irmãs a receberem a palavra da primeira Mestra como se fosse o próprio pensamento dele: “Não são dois pensamentos, mas um só, que eu acredito sejam o  ensinamento e o desejo de Deus”.
Celebramos em ação de graças e na alegria o “dia de bênçãos que nos encontra todas unidas na reflexão, na oração, no desejo de uma mesma resposta generosa ao dom que recebemos.
Se o quisermos, poderemos utilizar os passos da hora de adoração que vai anexa Saudações caríssimas a todas, com muito afeto.
(Ir. Anna Maria Parenzan - Superiora geral)

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