A referência aos inícios das atividades apostólicas é plena de sentido, atualidade e emoção para Pe. Alberione; e se relaciona com a pessoa do Papa, como podemos apreender do Diário de Timóteo Giaccardo:
“Este é o nosso brasão: a medalha que, de um lado, representa S. Pedro e S. Paulo; do outro, o Papa. Oh, se devesse escrever todas as palavras, se devesse escrever o amor terno e intenso que o nosso Pai nutre pelo Papa: fala sobre ele todas as vezes que pode, com ardor, e suas palavras calmas, serenas, são de tal modo plenas de unção, de persuasão, que parecem sempre novas, sempre agradabilíssimas e, cada vez, preenchem a alma com as mais salutares e eficazes impressões. Ele quer que amemos o Papa, e este amor ele o inspira aos clérigos, o quer vivo no povo. Aos clérigos recomenda tantas e tantas vezes, que façam, cada ano, ao menos uma homilia sobre o Papa, uma sobre as missões, uma sobre a boa imprensa”.
Bento XV |
Quase como São Francisco, que se dirige a Roma para apresentar-se ao Papa, Pe. Alberione começa o ano 1922 com a viagem a Roma para levar à Sagrada Congregação dos Religiosos a carta de apresentação, redigida por Dom Re, da Pia Sociedade de São Paulo.
Bento XV tinha promovido e encorajado a boa imprensa e instituíra a Obra Nacional da Boa Imprensa. Pe. Alberione estava convencido de que obteria a aprovação do Papa para o nascente apostolado:
“De 2 a 8 de janeiro o nosso Senhor Diretor foi a Roma para importantes interesses da Casa. Conseguiu uma audiência privada com o S. Padre, a quem teve a sorte de ver nos últimos dias de sua vida, do qual nos trouxe a Bênção”.
A morte de Bento XV, a 22 de janeiro de 1922, constitui portanto uma prova dolorosa para a Casa: “Nos seus últimos dias ainda, quando o nosso Diretor lhe falou de rapazes e moças que tinham feito desta Missão a própria vida, Bento XV acolheu a notícia com profunda alegria, e fixando o olhar penetrante e eloquente em quem lhe falava, abençoou com efusão de afeto a ele e a toda a sua casa, e a todos os seus cooperadores”.
No entanto, na Casa reina uma convicção: os tempos apostólicos revivem. A Pia Sociedade de São Paulo é apresentada como um seminário para a formação dos missionários e das missionárias da Boa Imprensa. O quadro de referência são os tempos apostólicos:
“Os inícios do Cristianismo são o seu período de ouro. Lemos sempre com emoção, com fruto, com paixão as páginas do Evangelho, quando os Apóstolos na escola de Jesus lhe diziam: Mestre, ensina-nos a rezar; quando as multidões se amontoavam para escutar a palavra de vida eterna do Divino Mestre; quando os jovens dele se aproximavam com confiança, e perguntavam: Mestre, o que devo fazer para conquistar a vida eterna? [...] Magníficas as cenas nas quais os Apóstolos se reuniam ao redor de Maria, Mãe de Jesus. Ela era a Mãe, a Mestra, a Rainha dos Apóstolos, os iluminava, os dirigia, rezava... [...] Magnífico o primeiro Pentecostes cristão dos Apóstolos, guiados por Maria SS. na primeira e mais importante novena ao Espírito Santo. [...] E ainda: impressionam intimamente e edificam as descrições dos Atos dos Apóstolos, quando S. Paulo realizava as suas viagens de evangelização e os grandes do areópago o convidavam a expor a nova doutrina na mais célebre assembléia do mundo; e os cristãos convertidos por ele ficavam, do pôr-do-sol à meia-noite e depois, da meia-noite até o amanhecer, ouvindo a sua palavra...[...] Os tempos apostólicos revivem”.
Fonte: DFin 109-110
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