segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Vigília de oração na véspera do Centenário de fundação da Família Paulina


Guia: Na vigília do primeiro centenário de fundação da Sociedade São Paulo, primícia das instituições da Família Paulina, apresentemo-nos a Jesus Mestre com sentimentos de reconhecimento e de comunhão entre nós, partilhando os nossos sentimentos de compaixão pela humanidade e o desejo de sermos os novos apóstolos dos novos tempos, tal como o Beato Alberione desejava nos inícios do século XX.

Cântico inicial: Hino a Jesus Mestre

Oremos.
Ó Senhor, que mostrais a vossa omnipotência especialmente no perdão e na bondade generosa, multiplicai sobre cada um de nós a vossa misericórdia, para que torneis participantes dos bens celestes a todos os que anseiam pelo cumprimento das vossas promessas. Por Cristo, nosso Senhor. Amen.

Guia: Na nossa vida paulista mantenhamos fixo o olhar para Jesus, a exemplo de tantas testemunhas que nos precederam e abriram caminhos novos para a evangelização.

ESCUTA DA PALAVRA

Da Carta aos Hebreus (13,7-9)

Lembrai-vos dos dirigentes, que vos ensinaram a Palavra de Deus. Imitai a fé que eles tinham, tendo presente o modo como eles morreram. O verdadeiro culto - Jesus Cristo é o mesmo, ontem e hoje, e será sempre o mesmo. Não vos deixeis levar por nenhum tipo de doutrinas estranhas. O melhor é fortalecer o coração pela graça, e não com regras alimentares, que de nada serviam para quem as observava.

Salmo 15

Senhor, quem poderá hospedar-se na tua tenda
e habitar no teu monte santo?
Quem age na integridade
e pratica a justiça:
quem diz sinceramente o que pensa
e não usa a língua para caluniar;
quem não prejudica o seu próximo,
e não difama o seu vizinho;
quem despreza o injusto,
e honra os que temem o Senhor;
quem sustenta o que jurou,
mesmo com seu prejuízo;
quem não empresta dinheiro com juros,
nem aceita suborno contra o inocente.
Quem age deste modo, jamais será abalado!

Cântico do Evangelho
Aleluia
Ide por todo o mundo e anunciai o Evangelho

Guia: Com um impulso renovado, acolhamos o mandato missionário vindo do Filho de Deus. Ele quer que nos associemos à Sua missão e envia-nos às pessoas do nosso tempo, presentes nos cinco continentes.

Do Evangelho segundo Mateus (28,16-20)

Os onze discípulos partiram para a Galileia, para o monte que Jesus lhes tinha indicado. Quando viram Jesus, ajoelharam-se diante d'Ele. Mesmo assim, alguns duvidaram. Então Jesus aproximou-Se e disse: «Toda a autoridade Me foi dada no Céu e sobre a Terra. Portanto, ide e fazei com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei. Eis que Eu estarei convosco todos os dias, até ao fim do mundo».

* Pausa de silêncio

Guia: Em grata e atenta memória, percorramos, juntamente com o Beato Alberione, alguns aniversários importantes. Deixemo-nos guiar pelas suas palavras.

O Beato Tiago Alberione na «Gazzetta d’Alba», em 20 de agosto de 1914 -1954

Em 20 de agosto de 1914, com uma hora de adoração ao SSº. Sacramento e a bênção da minúscula tipografia, iniciava-se a Família Paulista, sob o título de «Escola Tipográfica Pequeno Operário». Poucos ambientes, poucos jovens, uma pequena capela. A preparação fora longa à espera de que na luz de Deus tudo se esclarecesse e se concretizasse, e a Divina Providência dispensasse os meios. Sempre nos moveram a natureza e a graça numa ação tão sapiente e suavemente combinadas pelo Senhor em que não se podia distinguir nenhuma de ambas aquelas partes. Conhecimento das coisas e pessoas, luz divina, conselho do diretor espiritual, consenso e encorajamento do ordinário.
A Igreja dedica este dia à memória de São Bernardo, Doutor (da Igreja). Este homem foi dominador do seu século como político e religioso; soube conciliar a mais alta contemplação com o apostolado mais movimentado; foi escritor harmonioso e audaz até ser notado pelos poderosos da terra e fazer-se conselheiro do Papa. Por causa disto, este nome era um bom auspício em relação ao programa que se devia desenvolver. Poucos momentos após aquela função chegava uma notícia a Alba: «Morreu o Papa Pio X». Convencidos de que se tratava da morte de um autêntico e grande santo, que um dia teria a sua exaltação, a pequena iniciativa era posta também sob a sua proteção. O pontificado de Pio X foi miraculoso, desde a eleição à imolação. E no dia seguinte a «Gazzetta d’Alba», ainda que em termos um bocadinho vagos, publicava esta convicção e confiança.
O bispo sapiente e justo, Giuseppe Francesco Re, que durante bastantes anos governou a Igreja Albense, levou, como modo de me exprimir, em seus braços, a pequena obra, durante vários anos; até que em 1927, devido a suas cartas e testemunhos, foi por Roma canonicamente aprovada. Foi um bispo providencial. O Clero Albense na quase totalidade viu com simpatia a iniciativa para a qual enviou encorajamentos, belas vocações e muitas ajudas em dinheiro. É justo lembrar os vigários forâneos de então, muitos outros párocos, ótimos sacerdotes e cooperadores seculares: entre eles o piedoso e douto Cónego Francesco Chiesa. A Família Paulista exprime-lhes o seu reconhecimento; e a todos fez participantes dos frutos das 2.400 Santas Missas que todos os anos se aplicam pelos benfeitores.
O mais vivo reconhecimento seja para com Jesus Divino Mestre, em seu Sacramento de luz e de amor; seja também para a Rainha dos Apóstolos, nossa Mãe e Mãe de todo o apostolado; e para São Paulo Apóstolo, que é o verdadeiro Fundador da Instituição. Com efeito, ele é o Pai, o Mestre, o exemplar e o protetor. Foi ele quem fez esta família com uma intervenção tão física e espiritual que nem sequer agora, se refletirmos, se pode entender bem; e muito menos explicar. Tudo é dele. Dele, que sendo o mais completo intérprete do Mestre Divino, aplicou o Evangelho às Nações e chamou as Nações para Cristo. Dele, cuja presença na teologia, na moral, na organização da Igreja, nas adaptações do apostolado e dos seus meios aos tempos é vivíssima e substancial; e permanecerá tal até ao fim dos tempos. Tudo movimentou, tudo iluminou, tudo nutriu; e de tudo foi o guia, o ecónomo, a defesa, o apoio, onde quer que a Família Paulista se estabeleceu. Merecia a primeira Igreja e a linda glória que o retrata no seu apostolado e na sua paternidade para com os paulistas.
Tudo isto não aconteceu como quando se elege um padroeiro para uma pessoa, ou instituição. Não é que nós o elegemos; é, sim, São Paulo que nos elegeu a nós. A Família Paulista deve ser São Paulo vivo hoje, segundo a mente do Mestre Divino; operante sob o olhar e com a graça de Maria Rainha dos Apóstolos.
Tendo esta hora chegado – após quarenta anos – e aproximando-se o grande momento de ter que prestar contas, sinto-me preocupado e humilhado por causa de tudo quanto o Senhor de nós esperava; e que não foi feito! A alguém pode provocar admiração esta expressão? Não o deveria! A Bondade Divina acumulou na Família Paulista tal riqueza de graças e abriu estradas tão largas que, muito mais pode e deve operar.
Uma graça principal: sacerdotes digníssimos pela inteligência, dedicação, fidelidade; discípulos que se voltam para novas iniciativas; irmãs: Filhas de São Paulo, Pias Discípulas, Pastorinhas cheias de zelo e operantes em múltiplas direções.
E ainda cada um de nós deve caminhar até ao extremo de suas forças; até poder dizer «consummatum est». E muito se obterá! À medida da santidade de cada um.
Devemos por isso repetir com frequência o Magnificat e o Gloria in excelsis Deo.
(Cf San Paolo, julho – agosto de 1954, em CISP, pp. 146-149)

Momento de silêncio

Em 1914, início da Família Paulista, almas generosas e com conhecimento do que se devia fazer, ofereceram a sua vida, e o Senhor se agradou delas. Rapazes e raparigas que, orientadas, viveram de fé e dedicação, que em parte vivem e ainda hoje operam o bem; e, entre os que já chegaram ao prémio, nomeio o Beato Giaccardo (Primeiro Vigário) e a Irmã Tecla Merlo (Primeira Mestra). Deus fez o que queria que se fizesse; apesar de eu ter sido inútil servo, em vez de ser construtor.
Pensamento guia: a ação alimenta-se de oração.
Princípios diretivos são: o espírito pastoral, o apostolado litúrgico, os meios das comunicações sociais para dar a mensagem da salvação. Todos se sintam servidores da Igreja segundo o nosso voto de fidelidade ao Papa.
Acerca da minha pobre pessoa, o Senhor, também aqui, seguiu o seu estilo, que é divino: «Deus escolheu as coisas ignóbeis do mundo e as desprezíveis, e as que não são, para destruir as que são: para que carne alguma se possa gloriar à frente de Deus» (cf 1Cor 1, 27-29).
(Cf San Paolo, n. 3, março-abril de 1964, em CISP, pp. 539-540)


Beato Tiago Alberione, homilia por ocasião do 50° de fundação

A data de 20 de agosto de 1914, segundo as notícias que recebo, é lembrada em todas as Casas com funções solenes, demonstrações, exposições, inaugurações, etc. Mas sobretudo com preparação e jornadas de orações: de ação de graças, de louvor a Deus e de propósitos para a vida paulista e o apostolado.
Cinquenta anos! Podemos compará-los ao exórdio de um discurso; é o traço anunciado; agora, o desenvolvimento em segurança. Já se lançaram as bases nas Constituições; e foram aprovadas e consolidadas nas experiências. A viagem no tempo será feliz se o Instituto em seu conjunto, e cada religioso se moverem sempre sobre as bases; humildade e fé.
Em Jesus Mestre, Caminho e Verdade e Vida; a proteção de Maria Rainha dos Apóstolos; o exemplo de São Paulo, que mais do que todos os Apóstolos usou o meio técnico, as suas cartas, associado à palavra.
Viver em plena e habitual alegria a vida religiosa, que é prelúdio das alegrias eternas. A nossa vida, mesmo até para cada um, como para o Instituto, é uma história continuada de graças: graça sobre graça. Vida religiosa para santificação e espiritualidade em Cristo; apostolado conforme às necessidades dos tempos; sempre cada vez mais esplendoroso o horizonte do céu, se estivermos sempre em tensão para a perfeição.
Lembro a todos: as obras de Deus fazem-se com os homens de Deus.
(Do San Paolo, N. 6 – julho- agosto de 1964, em CISP p. 207 e 210)

Momento de silêncio

Guia: Depois de termos escutado as "maravilhas" que o Espírito operou no nosso Bem-aventurado Fundador, com a alma de Maria elevemos o seu Cântico de louvor.

Cântico do Magnificat

Guia: Rezemos por nós e por cada irmã e irmão da Família Paulista. Apresentemos ao Senhor as necessidades dos apóstolos do séc. XXI e dos destinatários do anúncio. Rezemos (ou cantemos): Dai-nos, Senhor, a conhecer os vossos caminhos. (ou outro refrão)

«Eu sou a luz do mundo; quem me seguir, não anda nas trevas, mas tem a luz da vida» (Jo 8,12). Seguimo-Vos, Mestre e Pastor, na palavra do Papa e da Igreja. Fazei-nos vossos filhos dóceis e eficazes anunciadores segundo a vossa palavra: «Vós sois a luz do mundo; não pode esconder-se uma cidade colocada sobre um monte» (Mt 5,14). Oremos, irmãos (ou, cantemos).

«Para mim viver é Cristo e morrer um lucro» (Fl 1,21). Dai-nos o coração de Paulo: intrépido, criativo, todo voltado para o anúncio para que a vossa verdade seja conhecida até aos confins da terra e nós sejamos achados semelhante a Vós (Gl 4,19), filho e apóstolo do Pai. Oremos, irmãos (ou, cantemos).

«Se queres ser perfeito…» (Mt 19,21). Mestre e Senhor olhai com bondade para os jovens e para as jovens que procuram os seus caminhos de vida. Ensinai-lhes a necessidade de sempre rezarem, sem nunca desfalecer» (Lc 18,1) para que meditando as vossas palavras e escutando a vossa voz possam encontrar em Vós a alegria para se darem aos outros, levando o vosso Espírito em seu corpo (cf 1Cor 6,20). Suplicamo-Vos especialmente pelas vocações que quereis dar à Família Paulista. Oremos, irmãos (ou, cantemos).

Nós Vos damos graças pelas riquezas abundantes que em nós haveis semeado, na Igreja e no mundo durante estes cem anos de vida apostólica da Família Paulista. Dai-nos constituir um único corpo e um só espírito em Vós para dar a conhecer com eficácia e espírito pastoral a vossa sabedoria multiforme às mulheres e aos homens do nosso tempo com as linguagens do nosso tempo. Oremos, irmãos (ou, cantemos).

Atualmente nós olhamos para a frente, impelidos pelo espírito apostólico de São Paulo. Suplicamo-Vos que Vos possamos amar com toda a nossa mente, com todo o nosso coração e com a nossa vontade para chegarmos ao «vivit vero in me Christus» meta e prémio do homem de Deus completo e bem preparado para toda a boa obra; rezemos, irmãos (ou, cantemos).

Suplicamo-Vos pelos nossos irmãos e irmãs que chamaste ao descanso eterno após terem trabalhado na obra paulista da evangelização. Dai-lhes o prêmio prometido aos bons apóstolos, e ainda a vossa luz eterna. Rezemos, irmãos (ou, cantemos).

(espaço para intenções espontâneas)

Pai nosso…

Guia: Renovemos a invocação que o Bem-aventurado  Alberione entregou aos primeiros rapazes em Alba. Renovemos a nossa confiança no Mestre que nos chama à santidade pelo anúncio do Evangelho com as linguagens mais atuais da comunicação.

Cântico do Pacto

Oração de conclusão - Ato de consagração a São Paulo
Nós Vos damos graças e Vos louvamos, Pai Santo, por terdes inspirado o vosso servo, o Beato Tiago Alberione, para nos dar, a nós seus filhos e filhas, o Apóstolo Paulo como Pai, Modelo e Protetor.
Vós escolhestes e elegestes este santo Apóstolo para que anunciasse a todos os povos da terra o Evangelho da Salvação que é o Vosso Filho Crucificado e Ressuscitado. Por isso o enriquecestes com dons e carismas e nele acendestes a chama viva da vossa caridade que o impeliu a fazer-se todo para todos consumindo-se sem medida com a palavra e os escritos para ganhar para Cristo o maior número de irmãos.
Olhai agora para nós, ó Pai, para que no primeiro centenário da fundação da nossa Família Religiosa sintamos o importante convite do vosso Espírito para vos dar graças pelas abundantes riquezas da vossa graça e caminharmos com renovada decisão sobre os passos do vosso Apóstolo.
Enraizai-nos, como ao vosso Apóstolo, no amor do vosso Filho, para aprendermos a viver d'Ele, para Ele e n'Ele.
Vencei as nossas resistências e medos e dai-nos o coração de São Paulo para que, consagrados ao Apostolado, tudo façamos para que homem algum do nosso tempo seja privado da graça do Evangelho.
A Vós, Apóstolo de Cristo Senhor, nos consagramos nesta hora solene com plena confiança e em vossas mãos colocamos os nossos desejos e os nossos projetos.
Guiai-nos, protegei-nos, inspirai-nos, corrigi-nos, mantende-nos unidos convosco ao Senhor Nosso Jesus Cristo para que nós também aprendamos a viver para honrar, glorificar e louvar o Pai, por meio do Filho, na graça do Espírito Santo. Amen.


Cântico: Scio cui credidi

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