sábado, 2 de julho de 2011

Padre Alberione: traços de uma vida e um carisma (15)

Num momento de crise da imprensa diocesana, apoiado por um grupo qualificado de pessoas, Pe. Alberione dá um passo decisivo e, com o consentimento do Bispo, assume a direção da Gazzetta d’Alba. Cinco meses depois, torna-se proprietário.
Tomada essa decisão, era necessário fazer florescer o projeto, delineando bem a novidade de sua orientação.
Que os tempos fossem maduros manifestam-no várias publicações. La Civiltà Cattolica, por exemplo, tinha analisado o grande poder da imprensa,60 indicando a importância da boa imprensa na obra de restauração social


A obra, portanto, de restauração social não é simplesmente uma obra de destruição do mal, mas sim de edificação do bem, isto é, de substituição da imprensa má pela imprensa boa. Às energias destruidoras do capitalismo reinante é dever opor, no campo da imprensa, as energias sadias e vigorosas de uma cultura regeneradora, que haure das fontes puras da
civilização cristã. Pois, somente os princípios cristãos, dos quais a sociedade contemporânea teve as suas origens e o seu desenvolvimento, com todas as vantagens das quais se sente orgulhosa, podem deter e reduzir os danos da moderna apostasia, que vai minando os seus fundamentos (A. Pav issich, La stampa grande potenza, o. c., pp. 407-408).

 E, em Alba, em 24 de janeiro de 1914, o Côn. Francisco Chiesa dera a aprovação a um livro do seu vice-pároco, Giovanni Borgna, intitulado Il Re dei tempi, Mano alla Stampa, que expressa bem algumas das orientações de Pe. Alberione.
Na primeira parte, de fato, descreve-se a figura de Luigi Veuillot, visto como “novo Saulo”, por causa da sua conversão e sucessivo compromisso com o jornalismo católico.
Uma segunda parte exalta o poder da imprensa e apresenta a “sede ardente” de leitura por parte do povo e, entre outras coisas, descreve a imprensa como uma “universidade ambulante”, “cinematografia permanente”, uma “invasão”, uma “voz que grita”, “tribunal público” e “o rei dos tempos”.
A terceira parte indica como “um flagelo” a imprensa má.
A quarta parte chama a atenção com força sobre a urgência de promover a boa imprensa como um “novo mandamento”, “uma obra de caridade”, “S. Paulo redivivo” e expressão de “um coração de apóstolo”.   
Sobe [o jornal] nos palácios e desce nos tugúrios, entra nas oficinas e penetra nos bairros, passa pelas academias, pousa sobre a escrivaninha do douto, corre pelos ministérios públicos, entra nas escolas, circula pelas ruas e pelas praças, pega o trem, se ramifica pelas vias da nação, apoderase de todas as partes do organismo social, impõe-se à inteligência e forma a opinião pública” (A. Pav issich, La stampa grande potenza).

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