sexta-feira, 15 de julho de 2011

Padre Alberione: traços de uma vida e um carisma (17)

Conceito do poder da imprensa:  é o "Rei dos Tempos"
 “O desejo de novidade é aquele que sustenta a moda e é também aquele que alimenta o jornalismo. O anunciador das novidades é justamente o jornal, que envelhece num dia. O seu campo não tem limites: ele fala de tudo, se ocupa do movimento religioso e político, refere e discute sobre a escola, o comércio, os acontecimentos, fala do teatro, das desgraças e delitos, economia agrária e doméstica, de ginástica... Em conclusão, refere-se a tudo o que tem a ver com a natureza, a cultura, o mundo(A. Pav issich, La stampa grande potenza, o. c., p. 29).

Este capítulo foi publicado integralmente, sem citar a fonte, no boletim Unione Cooperatori Buona Stampa, ano II (1919), n. 7, p. 7:
“ ‘Oh! Imprensa,
assim escreve Rosegger, tu és o orador,
o grande pregador do nosso tempo.
As palavras que tu pronuncias com tanta paixão ecoam,
em poucas horas, em todo o país.
Tu pregas nas tabernas e nos bares,
nos ônibus, nas ferrovias
e nas casas privadas e, com potência, em todas as praças.
Onde mais pessoas se encontram juntas,
tu estás no meio delas e pregas.
Mas a tua palavra não se perde,
como a do púlpito, apenas pronunciada.
Aquilo que não se imprime na memória do ansioso leitor
permanece impresso sobre
o papel, e pregas assiduamente a quem te dá uma olhada.
Assim tu gritas dia por dia,
sem trégua e sem repouso’.
A imprensa é, para as grandes
multidões do povo, o fornecedor universal
dos elementos espirituais:
ela é o único pão quotidiano de inumeráveis almas;
os seus juízos formam o ‘Credo’ de milhões”.
 “Quando aparece o jornal,
milhões de mãos o agarram,
milhões de olhos o devoram, e ele,
insensivelmente, se apodera das suas inteligências
e dos seus corações.
Semeia as suas idéias, as fecunda, e obtém frutos
segundo a sua vontade” (Ibid., p. 31).
 “Em nossos dias, quando muitos gostariam que fosse cancelada a
palavra rei, somos constrangidos
a suportar o império de uma potência
nova e indomável: o da imprensa.
Ela é o rei dos tempos, porque exerce o seu
poder mágico e misterioso sobre todos os homens;
não se excetua nenhuma classe ou condição.
O mundo não caminha por si mesmo:
é conduzido pelo nariz pelo jornal.
É o rei dos tempos, porque fala de tudo
o que acontece no tempo e no espaço.
É o rei dos tempos, porque faz ouvir o seu comando,
as suas leis a cada dia,
a cada hora e, contemporaneamente,
em dez, cem, mil lugares, por toda a parte.
É o rei dos tempos, porque tem o controle do presente,
 do passado e do futuro.
É enfim o rei dos tempos, porque
o seu poder vai crescendo sem medida
com o progredir dos anos, da instrução e da civilização.
Tinha, portanto, razão o judeu-maçom Crémieux quando,
em 1842, gritava nas lojas maçônicas de Paris:
‘Irmãos, considerai o ouro como nada:
a imprensa é tudo.
Comprai a imprensa e vós sereis os donos da opinião
pública, quer dizer, os donos da nação inteira’.
Assim aconteceu: e a Maçonaria
tornou-se realmente dona da França e de muitas outras nações.
Compreendamos isso também nós:
a imprensa é tudo: sem ela nada se
fará: ela é o rei dos tempos” (Ibid., pp. 40-41).

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